Politica

Base de Lula tenta evitar “palanque da direita” com esvaziamento de comissões

Preocupação é de que colegiados sejam usados pela direita em ano de eleição municipal

Deputados da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentam construir um acordo político para evitar poucos parlamentares ligados ao mandatário em comissões da Câmara dos Deputados que tratam de temas que são bandeiras da direita, como segurança pública e pautas de comportamento.

Há uma preocupação de que em pleno ano eleitoral, os espaços sejam usados pelos bolsonaristas para fazer barulho e ganhar engajamento.

Parlamentares avaliam que em 2023 vários colegiados tiveram um vácuo de poder da base aliada e que é preciso cuidado neste ano para que nenhuma comissão fique tão descoberta.

Entre os colegiados citados, estão a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família e a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Ambas estavam sob o comando de parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A divisão de quais partidos ficarão com quais comissões depende ainda de desfazer os nós na disputa entre o PT e o PL. O partido do presidente Lula estuda pleitear o comando das comissões de educação, saúde e orçamento. E também está de olho na possibilidade de que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vista como a mais importante da Câmara, possa ser presidida pela deputada Carolina De Toni (PL-SC).

Como o PT presidiu a CCJ no ano passado, em tese, o acordo é para que o comando do colegiado neste ano ficasse com o PL. Petistas resistem ao nome da parlamentar e pedem alguém mais moderado.

Há deputados que ainda defendem que o acordo feito pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), seja quebrado e que a CCJ fique com outro partido.

A distribuição dos colegiados tem gerado embates entre os partidos, o que atrasa a instalação e início dos trabalhos da Câmara em um ano encurtado pela eleição municipal.

O impacto já é sentido nas votações no plenário da Câmara, que desde a abertura do ano legislativo, tem se concentrado em temas de consenso.

O quadro de saúde de Erundina
Erundina teve falta de ar, depois de discursar na CDH sobre um Projeto de Lei (PL) 1156/2021, alvo de ataques políticos de deputados da oposição, porque propõe a responsabilidade do Estado brasileiro de identificar publicamente lugares de repressão política utilizados por agentes da ditadura militar, entre 1964 e 1985.

A deputada foi atendida pelos médicos da Casa e, posteriormente, encaminhada ao Hospital Sírio Libanês de Brasília. Segundo a assessoria de Erundina, seu quadro de saúde é “estável”, mas devido a necessidade de cuidados ela está na unidade de terapia intensiva (UTI). O hospital ainda não divulgou boletim médico.

Em meio a situação de saúde Erundina, a sessão da CDH foi suspensa. Mais tarde, após mais informações sobre a parlamentar, a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) e demais membros da bancada feminina pediram que a sessão fosse encerrada e a solicitação foi acatada pela mesa diretora.

 

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