Geert Wilders, líder do partido mais votado nas eleições de novembro, abriu mão de tentar ascender ao cargo em março e não será o próximo premiê
Depois da vitória surpreendente de Geert Wilders, líder da extrema-direita, nas eleições legislativas dos Países Baixos, em 22 de novembro, o gabinete ministerial finalmente será formado.
Foram necessários 177 dias de negociação para que os partidos PVV, de Wilders, VVD, do atual primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, o centrista NSC, e o partido rural BBB entrassem em acordo para formar a coalizão que governará a Holanda nos próximos quatro anos.
Os quatro líderes partidários, Wilders, Dilan Yesilgöz, do VVD, Pieter Omtzigt, do NSC, e Caroline Van der Plas, do BBB, concordaram definitivamente com os acordos feitos sobre o próximo gabinete. Posteriormente, os membros de cada partido também confirmaram a decisão, finalizando um processo que durou quase seis meses na madrugada de quinta-feira (16), horário local.
Com a finalização das negociações, a Holanda está próxima de anunciar o próximo primeiro-ministro. O nome do futuro premiê ainda não foi revelado, mas já se sabe que Geert Wilders, cujo partido foi o mais votado nas eleições, não ocupará o cargo, devido a um acordo entre os partidos em março.
Ainda assim, o país terá o governo mais à direita de décadas – ou de toda a sua história, como é afirmado por jornais locais.
Objetivos do novo governo
Com o amplo acordo alcançado, um intermediário independente será agora encarregado de formar o gabinete de ministros, um processo que deverá demorar pelo menos mais um mês, segundo a Reuters.
O acordo final entre os partidos foi divulgado. No documento, é dito que o governo terá como objetivo expandir a extração offshore de gás natural e a produção de energia nuclear como parte dos planos para reduzir a dependência da Holanda de “países não confiáveis”.
O plano governamental também estabelece controles fronteiriços mais fortes e regras mais duras para os requerentes de asilo que chegam aos Países Baixos.
A migração laboral também será controlada e a admissão de estudantes estrangeiros nas universidades holandesas vai se tornar mais rigorosa, afirmaram os partidos.
As partes também disseram que pretendem construir quatro reatores nucleares na próxima década e prometem aliviar o fardo das regras ambientais para os agricultores.