Como comenta o produtor rural Agenor Vicente Pelissa, a sustentabilidade é um tema crescente no cenário global e, no Brasil, a pecuária desempenha um papel central, tanto na economia quanto na preservação ambiental. Certificações de sustentabilidade, como o selo de Pecuária Sustentável, têm ganhado relevância como uma forma de atestar boas práticas no setor. Esses selos asseguram que a produção cumpra critérios ambientais, sociais e econômicos, beneficiando produtores e o meio ambiente.
Confira a seguir o que é necessário para obter os selos de sustentabilidade na pecuária e como eles estão moldando o futuro do setor agropecuário no Brasil.
Quais são os principais requisitos para obter a certificação de pecuária sustentável?
Segundo Agenor Vicente Pelissa, a obtenção de um selo de pecuária sustentável no Brasil exige que o produtor atenda a uma série de critérios ambientais e sociais estabelecidos por entidades certificadoras, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Sistema de Produção Sustentável (SPS). Esses critérios incluem o manejo responsável das pastagens, a preservação de áreas de vegetação nativa e a não utilização de desmatamento ilegal para a expansão de áreas de pastagem.
Além do mais, a certificação inclui exigências sobre a eficiência na utilização de recursos naturais, como a água e a energia, e o uso de tecnologias que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para o combate às mudanças climáticas. Outra exigência importante é a implementação de sistemas de rastreamento e transparência, que possibilitem o acompanhamento da origem dos produtos de forma clara e verificável.
Como a certificação de pecuária sustentável impacta os produtores e o mercado?
A certificação de pecuária sustentável traz uma série de benefícios para os produtores, especialmente no que se refere à valorização do produto no mercado interno e externo. Com a crescente demanda por produtos sustentáveis, especialmente nos mercados internacionais, como União Europeia e Estados Unidos, ter um selo de sustentabilidade pode ser um diferencial competitivo importante.
Além disso, a certificação pode resultar em vantagens financeiras para o produtor. Alguns programas de certificação oferecem incentivos, como taxas de juros mais baixas para financiamentos ou benefícios fiscais para propriedades que adotam práticas sustentáveis. Esses incentivos podem reduzir os custos operacionais, ajudando os produtores a adotarem práticas mais eficientes e sustentáveis.
Conforme evidencia o agropecuarista Agenor Vicente Pelissa, a certificação também pode melhorar a imagem da pecuária brasileira, que, em muitos casos, é associada ao desmatamento e a impactos ambientais negativos. Ao adotar práticas sustentáveis, o Brasil pode se posicionar como líder na produção de carne de baixo impacto ambiental, atraindo consumidores conscientes e empresas que priorizam o respeito ao meio ambiente em suas cadeias de fornecimento.
Quais são os desafios enfrentados pelos pecuaristas para obter a certificação de sustentabilidade?
Embora os benefícios de obter uma certificação de pecuária sustentável sejam claros, os pecuaristas enfrentam desafios consideráveis para cumprir os requisitos exigidos. O primeiro desafio está relacionado aos custos envolvidos na adoção das práticas necessárias para a certificação. Muitos pecuaristas, especialmente os de menor porte, enfrentam dificuldades financeiras para investir na adaptação de suas propriedades aos requisitos dos selos de sustentabilidade, como o controle ambiental e o manejo das pastagens.
Por fim, como alude o produtor rural Agenor Vicente Pelissa, a falta de infraestrutura e suporte técnico em algumas regiões do Brasil dificulta a implementação de práticas sustentáveis. Em áreas mais remotas, o acesso a informações e tecnologias que podem facilitar o processo de certificação é limitado, o que torna mais difícil para o pecuarista adotar as práticas recomendadas e garantir a rastreabilidade da produção.